A modelagem do
crescimento e da produção florestal é uma ferramenta importante para a tomada
de decisão de um gestor florestal. Por meio destes modelos o manejador
florestal pode predizer a produção de povoamentos em um tempo futuro, podendo desta
forma planejar as atividades do empreendimento e o gerenciamento destes
recursos. Através de modelos de crescimento o manejador pode descrever a
dinâmica de uma floresta, o que possibilita a obtenção de estimativas coerentes
para a produção em um período futuro.
Um modelo é uma forma de
expressar uma relação entre variáveis biológicas de maneira matemática (ZILL,
2003). Existem diversas formas de ajustar modelos de crescimento e produção,
sendo que técnicas matemáticas e estatísticas são empregadas. A análise de
regressão, linear ou não linear, ainda é a ferramenta mais utilizada no ajuste
de modelos de crescimento e de produção (CASTRO et al. 2013). A partir de
valores observados, obtidos de dados de inventário florestal, os modelos são
ajustados e equações, que são uma generalização destas observações, são
obtidas.
Uma característica desejável de modelos de crescimento e de produção é que eles sejam biologicamente consistentes. A relação funcional descrita por estes modelos deve fazer sentido quando analisada criticamente, até porque estes modelos tentam descrever matematicamente um fenômeno complexo observado no mundo real. Por exemplo, em um modelo em que a produção de uma floresta é a função da idade da mesma, o fundamento biológico é que quanto maior a idade, maior a produção. Este modelo deve, então, ser uma relação funcional em que a produção é diretamente proporcional à idade (CAMPOS e LEITE, 2013).
Uma característica desejável de modelos de crescimento e de produção é que eles sejam biologicamente consistentes. A relação funcional descrita por estes modelos deve fazer sentido quando analisada criticamente, até porque estes modelos tentam descrever matematicamente um fenômeno complexo observado no mundo real. Por exemplo, em um modelo em que a produção de uma floresta é a função da idade da mesma, o fundamento biológico é que quanto maior a idade, maior a produção. Este modelo deve, então, ser uma relação funcional em que a produção é diretamente proporcional à idade (CAMPOS e LEITE, 2013).
A metodologia
para construção de um modelo de crescimento e produção consiste na definição do
problema, na obtenção de dados, na construção do modelo matemático, na
aplicação de testes de validação do modelo e na sua aplicação (OLIVEIRA, 2007).
Inúmeras são as
variáveis explicativas do crescimento florestal, mas relativamente poucas são
viáveis de serem mensuradas. São variáveis comumente mensuradas em inventário
florestal contínuo de florestas equiâneas: a idade daquele povoamento, diâmetro
de todos os indivíduos da amostra, altura de alguns indivíduos, e altura dos
indivíduos dominantes (CAMPOS e LEITE, 2013). A partir destas variáveis, que
são de mensuração viável, outras variáveis são estimadas, como a área basal e o
volume das unidades amostrais.
O inventário florestal é
o processo através do qual os valores de tais variáveis para uma população são
obtidos. O inventário florestal contínuo nada mais é do que um conjunto de
inventários em diferentes ocasiões realizados em mesmas unidades de amostra.
Após alguns inventários (medições) têm-se valores de diâmetro, altura, volume,
etc. medidos ao longo do tempo. Ou seja, obtêm-se uma tendência do crescimento
daquela população.
O processo de modelagem
do crescimento e produção consistirá em, através desta tendência obtida de
desenvolvimento para esta floresta, gerar equações que possam predizer a
produção em um período futuro. A precisão de tais equações dependerá da
qualidade dos dados de inventário e da capacidade do modelo escolhido em
representar o povoamento florestal em estudo (SOARES et al. 1995). Embora os
modelos lineares sejam de ajuste mais fácil, muitas vezes é necessário que seja
empregado um modelo não linear porque estes apresentam uma maior flexibilidade
(FEKEDULEGN et al. 1999).
Como resultado final do
processo de modelagem do crescimento e da produção, é esperada a obtenção de
estimativas da produção futura que possuam uma diferença pequena com relação
aos valores reais de produção. Quanto menor esta diferença, melhor. Ou seja,
quanto menor a diferença entre a produção estimada e observada, mais preciso é
o modelo de crescimento e produção.
Referências
CAMARGOS, J. L. Modelagem do crescimento e produção florestal com número variável de parcelas mensuradas. Diamantina: UFVJM, 2017. 107 p. Dissertação
(Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina-MG, 2017.
CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensuração Florestal: Perguntas e Respostas. 4. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2013, 605 p.
CASTRO, R. V. O. et al. Crescimento e produção de
plantios comerciais de eucalipto estimados por duas categorias de modelos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.
48, n. 3, p. 287-295, Mar. 2013.
FEKEDULEGN, D.
et al. Parameter estimation of nonlinear growth models in forestry. Silva Fennica, v. 33, n. 4, p. 327-336, 1999.
OLIVEIRA, M. L. R. Mensuração e modelagem do crescimento e da produção de povoamentos
não-desbastados de clones de eucalipto. Viçosa: UFV, 2007. 103 p. Tese
(Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, 2007.
SOARES, P. et al. Evaluating a growth model for forest management
using continuous forest inventory data. Forest
Ecology and Management, v. 71, n. 1, p. 251-265, 1995.
ZILL, D. G. Equações diferenciais com Aplicações
em Modelagem. Tradução Cyro de Carvalho Patarra; revisão técnica Antônio
Luiz Pereira. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, 410 p.