quarta-feira, 17 de maio de 2017

Modelos de crescimento e de produção



Os modelos em nível de povoamento expressam a produção por unidade de área, independentemente da classe de tamanho da árvore (CAMPOS e LEITE, 2013). Para seu ajuste, esta informação sobre o tamanho de cada indivíduo não é necessária. Os valores médios de unidades amostrais são utilizados. Por outro lado, para os modelos em nível de árvore individual dados específicos de cada indivíduo dentro do povoamento são requeridos, e dependendo do modelo dados sobre a distribuição espacial dos mesmos também são necessários (CLUTTER et al. 1983).
Como alternativa entre a utilização de modelos em nível de povoamento e modelos de árvore individual, encontram-se os modelos de distribuição diamétrica, que proporcionam conhecimento detalhado sobre a estrutura diamétrica do povoamento, permitindo a análise de multiprodutos, simulação de desbastes e uma consistente avaliação econômica, sem aumento significativo na complexidade dos modelos (Binoti et al, 2015).
Modelos tradicionais de volume são construídos com a adoção da área basal como uma medida de densidade da população e a altura dominante como uma medida de qualidade do local (GÖRGENS et al. 2015).
Um grande número de variáveis pode teoricamente aumentar a precisão dos modelos de crescimento e produção, mas modelos com menos variáveis são muito mais fáceis de interpretar. Segundo Görgens et al. (2015), é então importante desenvolver modelos com cautela, principalmente porque modelos de predição devem ser válidos para condições gerais, e graus de liberdade não devem ser irracionalmente descartados. Além disto, conjuntos grandes de variáveis preditoras frequentemente expressam fortes intercorrelações, o que pode levar a predições instáveis.
Para modelos mais gerais há a necessidade de uma maior estratificação para a modelagem do crescimento e da produção (RABELO, 2014). É desejável que os modelos de crescimento e produção apresentem três características básicas: compatibilidade, consistência e flexibilidade (GÖRGENS et al., 2007).
Modeladores do crescimento florestal, geralmente, são aptos a definir modelos de crescimento e produção baseados em uma teoria subjacente do crescimento relativamente estável. Como destacado por Borders e Bailey (1986), isto não sugere que aprimoramentos adicionais na teoria do crescimento não possam ser feitos, mas que de fato há uma grande quantidade de trabalhos empíricos e teóricos passados disponíveis para uso na geração de sistemas de modelos de crescimento e produção.

Referências 

 

BINOTI, D. H. B. et al. Modelagem da distribuição diamétrica de povoamentos equiâneos de eucalipto utilizando a função logística generalizada. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 36, n. 5, p. 931-939, 2015.

BORDERS, B. E.; BAILEY, R. L. A compatible system of growth and yield equations for slash pine fitted with restricted three-stage least squares. Forest Science, v.32, n. 1, p. 185-201, 1986.

CAMARGOS, J. L. Modelagem do crescimento e produção florestal com número variável de parcelas mensuradas. Diamantina: UFVJM, 2017. 107 p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina-MG, 2017.

CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensuração Florestal: Perguntas e Respostas. 4. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2013, 605 p.

CLUTTER, J. L. et al. Timber management: a quantitative approach. Jon Wiley & Sons, Inc., 1983, 333 p.

GÖRGENS, E. B. et al. Tendência de crescimento de povoamento de eucalipto após aplicação de desbaste. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 31, n. 5, p. 879-885, 2007.

GÖRGENS, E. B. et al. A performance comparison of machine learning methods to estimate the fast-growing forest plantation yield based on laser scanning metrics. Computers and Electronics in Agriculture, v.116, p.221-227, Ago. 2015.

RABELO, L. D. O. Modelagem do crescimento e produção florestal com a estratificação de povoamentos empregando o método k-means. Diamantina: UFVJM, 2014. 79 p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2014.